Mesmo sem um diagnóstico fechado, a intervenção precoce pode ajudar no desenvolvimento da criança com autismo nível 2. Quanto antes as intervenções começarem, melhores serão as chances de aprendizagem, devido à neuroplasticidade.
Quanto mais novo melhor para a tentativa de redução do grau 2 de autismo para o grau 1 de autismo.
Além disso, é essencial que a família receba acolhimento e orientação adequada para lidar com comportamentos desafiadores dos autistas grau 2 no dia a dia e se sentir mais segura quanto ao futuro da criança. A participação ativa da família no tratamento e desenvolvimento da criança é crucial para o sucesso das intervenções.
Estratégias de enfrentamento, reforço positivo e gerenciamento de comportamento, desenvolvidas por profissionais como psicólogos e terapeutas, ajudam a promover comportamentos desejáveis e a reduzir comportamentos inadequados, criando um ambiente mais estruturado e harmonioso.
Famílias também podem beneficiar-se de grupos de apoio e programas de acolhimento, onde podem compartilhar experiências e encontrar conforto, além de obter informações valiosas sobre recursos disponíveis. Essas redes de suporte são fundamentais para o bem-estar emocional dos pais.
Pessoas com autismo nos níveis 2 e 3 apresentam uma quantidade mais significativa de comorbidades e novidades de acompanhamento terapêutico especializado para lidar com os desafios diários.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), como é conhecido, é extremamente diverso, e cada indivíduo com autismo é único. Apesar de existirem características comuns que auxiliam tanto no diagnóstico quanto na elaboração de intervenções terapêuticas, o TEA se manifesta de maneiras muito diferentes. Não existe um padrão único para descrever habilidades, limitações ou personalidade de
Quando se realiza o diagnóstico de autismo, o objetivo não é restringir o indivíduo a uma lista de estereótipos ou definições predefinidas. O processo investigativo busca identificar pontos em comum entre as manifestações do TEA, sem reduzir a individualidade de cada pessoa. Embora os especialistas precisem encontrar certos nomes comuns para chegar a um diagnóstico, isso não implica que o autista possa ser definido por uma única descrição rígida
Atualmente, a principal forma de categorização no diagnóstico do autismo é feita com base na classificação do DSM-5, que divide os autistas em três níveis de suporte, avaliando suas capacidades e o grau de autonomia que eles alcançam. Essa classificação é essencial para a compreensão das necessidades de cada autista.
Os autistas classificados como de nível 1 de suporte, geralmente, apresentam dificuldades em seguir normas sociais, mostram comportamentos inflexíveis e enfrentam desafios na interação social desde a infância. Muitas vezes, é difícil diagnosticá-los precocemente, pois recorrem a uma técnica chamada “mascaramento”, em que imitam o comportamento de pessoas neurotípicas. Essa prática é adotada como uma forma de se proteger de situações de bullying ou para evitar o sofrimento emocional e o estresse social.
Sem mascaramento, o autista tenta esconder os traços do TEA e se comportar de forma a atender às expectativas sociais. Contudo, essa estratégia de camuflagem acaba criando uma barreira ao longo da vida, dificultando que essas pessoas expressem livremente sua verdadeira identidade. Muitos autistas que utilizaram o mascaramento desde cedo sentiram a necessidade de acompanhamento psicológico para enfrentar os efeitos negativos dessa prática.
Mesmo que os autistas de nível 1 tenham maior autonomia em algumas áreas, é importante ressaltar que eles continuam sendo autistas, não menos autistas que aqueles de nível 2 ou 3. O impacto do TEA no cotidiano de uma pessoa de nível 1 é significativo, esses as pessoas continuam precisando de terapias e de apoio profissional.
Indivíduos no nível 2 de suporte frequentemente apresentam um comportamento social atípico e uma lesão cognitiva acentuada. Eles têm dificuldades em lidar com as mudanças e tendem a desenvolver hiperfoco em determinados temas, objetos ou pessoas. Uma das principais características desse nível do espectro é o déficit na comunicação, o que resulta em respostas limitadas ou socialmente convenientes. Mesmo quando há suporte disponível, as dificuldades de linguagem persistem e a iniciativa para interagir com outras pessoas é limitada.
Já no nível 3 de suporte, os indivíduos enfrentam dificuldades ainda mais graves. Eles apresentam um déficit severo de comunicação e uma resposta mínima às interações sociais. Além disso, a iniciativa própria de iniciar uma conversa é extremamente reduzida. Comportamentos repetitivos, como bater o corpo contra superfícies ou girar sobre si mesmos, também são comuns, e esses autistas podem demonstrar grande estresse quando solicitados a mudar de atividades.
Além dessas dificuldades, os autistas nos níveis 2 e 3 de suporte também possuem uma incidência maior de comorbidades. Entre eles, podemos citar a depressão, o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), ansiedade, epilepsia, distúrbios do sono, problemas de fala, distúrbios gastrointestinais, deficiência intelectual e dificuldades de comprometimento motora .
Embora a classificação por nível de suporte seja útil para o diagnóstico e o desenvolvimento de estratégias de tratamento, ela não consegue capturar todas as nuances de quem é autista. Por exemplo, um autista de nível 3 de suporte pode, com a ajuda de tecnologias de comunicação aumentada, ser capaz de escrever um livro, mas pode precisar de ajuda para realizar atividades básicas, como tomar banho ou ir ao banheiro. Da mesma forma, autistas de nível 1 podem apresentar grandes dificuldades em socialização e aprendizagem, mesmo que muitos tenham maior autonomia em algumas tarefas.
Outro exemplo que ilustra a diversidade dentro do espectro é a deficiência intelectual. Nem todos os autistas não verbais apresentam deficiência intelectual, e nem todos